terça-feira, 18 de abril de 2017

" Precioso, Ainda que Negro"

A frase do título se refere à tradução do Latim da mensagem que acompanhava a bandeira da  preciosa cidade de Ouro Preto até o ano de 2005. A partir daí, o que passou a valer é "Precioso Ouro Negro", para evitar o cunho racista. Espero profundamente não nos arrependermos no futuro dessa atitude. Acredito que a educação é a melhor maneira de convencer de que somos todos iguais. Há atalhos, mas só o convencimento é sólido.
Minha ida a essa cidade, que um dia já foi considerada a maior da América Latina, foi um grande presente. Apesar de agora parecer bem pequena ela ainda se mantém bela e rica em hitória.
O seu nome, que já foi Vila Rica, por sinal muito propício, é agora Ouro Preto, devido ao ouro lá encontrado ter uma camada de páladio que o deixava com uma tonalidade diferente do normal.
O relevo me encantou, são muitas subidas e descidas, todas cobertas por casas e sobrados coloniais relativamente bem conservados e harmônicos. 
Considerei a cidade mais bela à noite, porque durante o dia há muitos carros nas ruas que tiram o clima bucólico do ar e atrapalham a contemplação desse patrimônio da humanidade.



ruas de Ouro Preto à noite



Museu da Inconfidência




ruas de Ouro Preto à tarde


O hotel escolhido complementou o passeio. Era charmoso, bem localizado e parecia fazer parte daquele cenário clássico. Ele se chama Solar do Rosário.



Pátio interno do hotel



Café da manhã



...

Próximo ao Hotel encontramos o restaurante O Passo, onde fomos bem recebidos e tivemos uma noite bem agradável.
Ele fica num casarão bem antigo e original. Bem no clima da cidade. Neste dia havia expostos nas paredes trabalhos da artista Matilde Queiroz. Foi um deleite!







O restaurante O Passo








De dia, entre os passeios recomendo o Café Opéra. Adoramos o atendimento, o local é bem decorado e tem várias delícias para um lanche e até para uma pequena refeição. 







Visitamos o Museu da Inconfidência, que fica na praça principal da cidade. Ele é muito representativo, pois expõe, mesmo com simplicidade, um pouco da nossa história. Mesmo sabendo que há poucos resquícios sobre o movimento dos inconfidentes, é interessante saber um pouco como era a vida das pessoas e a formação desse interior do Brasil durante o  ciclo do ouro.
Também é possivel ver obras do escultor Antônio Francisco Lisboa (Alejadinho), do pintor Manuel da Costa Athaide, entre outros artistas que contribuiram para a formação da arte barroca brasileira.
Um dos nossos mais conhecidos movimentos de descontetamento do povo com seu governante teve o seu ápice com a criação da Derrama (imposto que o povo deveria pagar, caso as 100 arrobas de ouro anuais devidas à Coroa, não fossem atingidas). Entre vários dos inconfidentes que se juntaram contra o julgo de Portugal, Tiradentes foi considerado o principal responsavel e punido com a forca. 
Ao longo dos anos, Tiradentes foi esquecido. Felizmente, atualmente há uma maior valorização do seu papel nesse pedaço da nossa história.
Visitar esse museu é um dever moral de todo cidadão brasileiro que busca hoje um país melhor. 
O Múseu da Arte Sacra, que fica no interior da igreja Matriz do Pilar, mostra objetos litúrgicos, iconografia religiosa, trajes religiosos entre outros. Chamou minha atenção a precária manutençao da igreja e do museu, apesar da cobrança pela visitação.
Como a duração da viagem foi curta, ficou para uma segunda oportunidade a visita a outros museus como o Múseo da Farmácia na UFOP, Museu Casa Guignard e Museu Aleijadinho além de apreciar mais a vista de vários ângulos dessa pedra, digo, cidade preciosa.