quarta-feira, 14 de junho de 2017

São Paulo


Não é que me cansei do Rio (jamais), é que o Brasil é grande e rico em atrações. Então, virei 180 graus e em linha reta cheguei a São Paulo.
Ela que é a maior cidade da América do Sul e tem na sua bandeira os dizeres: "Non ducor, duco", que siguinifica em latim "Não sou conduzido, conduzo". Esta frase me lembra algumas passagens do segundo livro Getúlio, que li recentemente e que descreve a pressão dos paulistas sobre a recusa de Getúlio em devolver os direitos democráticos de cada brasileiro. Ou seja, nos é que conduzimos!
Bem, nosso primeiro compromisso foi no Teatro Municipal. Já háviamos comprado ingressos para uma apresentação da Orquesta Sinfônica, de Bachianas brasileiras n 1, n 5 e n 6 de Villa Lobos. Chegamos cedo a fim de conhecer o prédio. E achamos muito bonito, porém achamos o do Rio mais grandioso e rico em detalhes. Lógico que ser do Rio ou São Paulo é apenas uma característica geográfia. Afinal, são os dois do Brasil. E este, é maior que qualquer regionalismo.
Nossos lugares foram no setor 3 do Foyer. Não foi uma boa escolha. A visão ficava um pouco prejudicada, e tínhamos que ficar o tempo todo virando o pescoço. Não sei para as outras pessoas, mas, para mim é importante ver os intrumentistas tocarem. Adoro passear com o olhar por toda orquestra enquanto a escuto. Talvez a finalidade de lugares como esses seja pra pessoas que não fazem questão de ver e apenas apreciam o som. 









os lugares

No segundo dia, que era domingo, fomos na Av. Paulista. Foi bom porque ela estava fechada para os carros e assim pudemos decê-la tranquilos vendo os seus vastos prédios. Havia feira de artesanato, apresentações de músicos, muitos ciclistas, livraria e shopping abertos, o parque Trianon e uma imensa padaria, a Bella Paulista, para quem quiser tomar o café da manhã fora de casa.  
Ela é um simbolo para os paulistas e achei interessante concentrar tantas atividades num lugar espaçoso e central.  


Av. Paulista


Paulista e seu prédio mais importante: MASP


Depois de caminhar pela Paulista, fomos continuar a caminhada, só que agora num lugar que adoro: num shopping. Nesta minha estadia em SP, conheci tantos shoppings que acho  que entrei para o livro dos records como a pessoa que mais andou em shoppings durante uma viagem. E foi com prazer que conheci os shoppings: Cidade Jardim, Iguatemi, Morumbi, Center Norte, JK, Market Place e D&D.


Esse foi um dos mais bonitos: Shopping Iguatemi


Como não vivemos só de shoppings, fomos visitar a magnífica exposição no MASP. Meu Deus! Que linda! Fiquei horas lá, só saí porque a fome apertou e os pés doíam de tanto que fiquei parada em pé admirando cada preciosidade que havia lá. Fomos na terça e a entrada era de graça. Achei essa idéia ótima, pois assim todos podem visitá-lo. 
O prédio do MASP é bonito, moderno, rústico e forte. É isso! Achei ele forte, parece que suporta tudo sem abalos. Uma rocha em plena avenida, cheia de pedras preciosas no seu interior.
Ele é considerado o mais importante museu do Hemisfério Sul e faz parte do Clube dos 19, onde se encontram os museus considerados mais representativos da arte européia do sec XIX. 
Lina Bo Bardi foi quem projetou o prédio em 1947, além dos cavaletes que sustetam as obras e que foram restituídos novamente. Adorei a ideia das obras nos cavaletes, eles dão uma impressão de leveza e modernidade.






Giampietrino- A Virgem amamentando o Menino e são João Batista criança em adoração 1500/20



Hieronynus Bosch - As tentações de santo Antão - 1500 (Esta obra é uma entre, ao menos, dezesseis versões dotríptico original, hoje no Museu de Arte Antiga de Lisboa)


Paris Bordon  - Retrato de Alvise Contarini - 1500



Rembrandt van Rijn - Retrato de jovem com corrente  de ouro - 1635



Detalhe da moldura.



Francisco Goya y Lucientes - Retrato do Cardeal Dom Luis Maria de Bordon y Vallabriga - 1798-1800



Henri Nicolas vinet - Paisagem nos arredores do Rio de Janeiro - 1874



Victor Meirelles - Moema - 1866



Paul Cézanne - Paul Alexis lê um manuscrito a Zola - 1869-70



Paul Cézanne - Madame Cézanne em vermelho - 1890-94




Paul Cézanne - O garnde pinheiro - 1890-96



Pierre Auguste Renoir - A banhista e o cão griffon-Lise à beira do Sena - 1870
No MASP há 12 pinturas que cobrem quase toda a carreira do artista. Esta acima, é uma do início de sua carreira.



Pierre Auguste Renoir - Menina com as espigas - 1888





Edgar Degas - Quatro bailarinas em cena - 1885-90



Vincent van Gogh - O escolar (O filho do carteiro)- 1888
  O MASP possui 5 obras do artista .


Vincent van Gogh - Passeio ao crepúsculo - 1889-90



Vincent van Gogh - Banco de pedra no asilo de 
Saint-Remy - 1889



Henri de Toulouse-Lautrec - Monsieur Fourcade -1889



Claude Monet - A canoa sobre o Eept - 1890



Edouard Vuillard - O vestido estampado -1891




Paul Gaugin - Autorretrato (perto do Gólgota) - 1896




Pablo Picasso - Retrato de Suzanne Bloch - 1904 
Faz parte da chamada fase azul do artista.



Pablo Picasso - Toalete (Fernande) - 1906



Ameddeo Modigliani - Chakoska - 1917



Lasar Segall - Interior de indigentes - 1920



Emiliano Di Cavalcanti - Cinco moças de Guaratinguetá  1930


Candido Portinari - O lavrador de café - 1939



Candido Portinari - Retirantes - 1944



Candido Portinari - Criança morta - 1944



Alfredo Volpi - Fachada com bandeirinhas - 1959



Outro lugar que adorei conhecer foi o Eataly, ele é uma espécie de supermercado gourmet com  vários restaurantes. Além disso eles oferecem cursos voltados para a comida ilaliana. O lugar é amplo, com uma decoração moderna e arrojada. Há restaurante de massas, carnes, frutos do mar e um café. 






Gnochi


Carbonara



À noite fomos conhecer A Casa do Porco Bar. Adoramos! O lugar tem uma decoração informal, mas ao mesmo tempo bem pensada e moderna. Por sorte, conseguimos uma mesa logo de cara. Acho que era por causa do dia e do horário. Era no início da semana e tarde da noite. Porque apesar de ela já ter mais de um ano de vida, ainda há horários com fila de espera. Foi sensacional! Comemos um torresmo de pancetta com molho de goiabada em cima que era de ajoelhar! Lógico, tivemos que repetir, não é sempre que temos a oportunidade de comer um prato tão simples que, de tão bem executado, o transforma em uma iguaria. Depois pedimos uma porção chamada Sanguiça que era: porco + sangue de porco + cebola + especiarias. Pedimos esta porção com a intenção de relembar um antigo prato que comia na infância - chouriço, e que em Portugual pode ser encontrado como Morcela, que é a tripa enchida com sangue de porco, gordura e temperos. Assim descrevendo tão explicitamente, não parece tão apetitoso. Mas minha memória afetiva me indica que era maravilhoso. Não foi exatamente isso o que pedimos na Casa do Porco. Levando em consideração que há outras formas de se fazer o chouriço, penso que a de lá talvez se enquadre em alguma outra que não foi a que comia na infância.
A noite correu prazerosa e deixou uma vontade de retornar. 





Torresmo de pancetta




O dia que escolhemos para conhecer o parque Ibirapuera estava lindo. Estava um tempo aberto, mas sem calor e sol a pino. Para nossa sorte estava acontecendo a exposição "Anita Malfatti 100 Anos de Arte Moderna". Foi um deleite. O parque é bem grande, não conhecemos nem metade dele. Há vários lagos, museus e espaços para eventos. Conhecemos o MAM que é o museu de arte moderna de São Paulo, onde estava ocorrendo a exposição. Há restaurante e café para quem quiser e vários vendedores de água de côco pelo parque e lógico, muitas pessoas se exercitando!
Uma curiosidade sobre o nome do parque parece confirmar que tudo que o povo dá nome tem sentido, embora no caso quem tenha dado o nome tenham sido os índios tupi-guarani que viviam ali e chamavam o local alagadiço de "árvore apodrecida" = ibirapuera.



O sol se pondo



Sem filtro



Paixão por árvores



Fachada do MAM com pintura dos Gêmeos (Gustavo e Otávio Pandolfo)



Anita Malfatti, uma de nossas pintoras mais conhecidas, queria pintar livremente, foi por um momento incompreendida, mas o modernismo já estava a caminho para abraçá-la e possibilitar que ela deixasse sua marca na arte brasileira.




Anita Malfatti - Meu irmão Alexandre - 1914



Anita Malfatti - A estudante russa - 1915



Anita Malfatti - Retrato de mulher(estudo para a Boba) 1915/16



Anita Malfatti - Nu feminino, costa (Grande Nu)- 1915/16


Como é só estar vivo e feliz para que a fome venha e decida nosso destino, estávamos novamente com ela e sem intenções de contestá-la.



A solução











minha fome



fome do marido




No dia seguinte nos despedimos dessa cidade encantados. Adoramos conhecê-la. Adoramos tudo inclusive os paulistas. Educados, meigos, inteligentes, eficientes. É bom lembrar de um lugar também pelos seus habitantes. Estávamos indo e já pensando no bilhete de volta!


Fomos nos despedir com chave de ouro no L´Entrecôte de Paris que serve o simples da forma como amamos.




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